domingo, 31 de julho de 2011

A Árvore da Tradição


Luís A. W. Salvi, Editorial Agartha, 2011, 364 p., R$ 50,00
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Através de experimentos como as missões jesuíticas e realizações de vulto como suas lutas-de-emancipação, além de projetar grandes nomes na História, organizar uma economia próspera e soberana, e ainda emergir como um celeiro de vocações políticas e religiosas, a cultura gaúcha tem se destacado no cenário mundial, continental e nacional por suas especiais capacitações ao universal, emergindo nos tempos modernos que é o seu verdadeiro tempo como uma sociedade pluripotencializada, dotada de plena capacidade para gerir a civilização ou, para usar uma expressão clássica, de manifestar o dom do mundo.
Não obstante, surge neste mundo em transformação, e como é natural, a preocupação com a preservação das "raízes" culturais, chamada algo equivocadamente de "tradição". Aplicar o termo "tradição" apenas no sentido de ethos (costumes), é uma clara redução do termo. É preciso contrastar a expressão, contra o seu pano-de-fundo universalista mais amplo, aquele pela qual a humanidade já praticou ou pelo menos idealizou a civilização em todas as épocas.
Ora, à luz da filosofia tradicional, é preciso entender a "tradição" como sendo não somente “raízes”, mas de fato toda uma árvore o conjunto de uma cultura, portanto. De outro modo, aquilo que teremos é uma tensão permanente entre passado e futuro, uma esquizofrenia social e um conflito entre o rural e o urbano. Sem o refinamento geral e a abertura multinível ao universal, este impasse nunca será ultrapassado.
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